A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) abre, oficialmente, em outubro, desde 2016, a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, doença crônica, sistêmica, autoimune e não contagiosa que afeta a pele de cerca de 3% da população mundial ou 125 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, acomete cerca de 5 milhões de pessoas nas faixas etárias de 30 a 40 anos e de 50 a 70 anos, afetando igualmente homens e mulheres.
A mensagem principal da campanha é ressaltar que, apesar de não ter cura, a psoríase tem controle e que o tratamento pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, além de combater a falta de informações sobre a doença, que leva ao preconceito sofrido por seus portadores. O apoio de familiares e pessoas próximas é também fundamental para que o indivíduo aprenda a se cuidar e a gerenciar sua patologia.
A psoríase, doença de etiologia desconhecida, apresenta um conjunto variado de sintomas que, às vezes, pode ser confundido com sinais de outras doenças de pele. Caracteriza-se pela presença de lesões róseas ou avermelhadas em forma de placa, descamativas, que afetam a pele causando coceira, queimação e dor, especialmente em cotovelos, joelhos, couro cabeludo, palmas das mãos e plantas dos pés. Pode apresentar-se desde formas localizadas e discretas até formas muito severas, acometendo grandes áreas da superfície corpórea.
Além da inflamação e descamação na pele, a doença pode acometer as unhas, tornando-as grossas, sulcadas ou com caroços e articulações, a chamada artrite psoriásica, causando fortes dores, principalmente, em pés e mãos, na coluna e no quadril e levar a rigidez progressiva e até a deformidades permanentes. Apesar de existir uma predisposição familiar, não é necessariamente transmitida aos descendentes.
A psoríase está sujeita a melhoras dos sintomas e a recaídas relacionadas a diversos fatores, como estresse emocional, traumas ou irritações na pele, infecções na garganta, baixa umidade do ar ou certos tipos de medicamentos. Eles podem desencadear a doença ou aumentar sua intensidade.
Assim como outras doenças crônicas, tais como, diabetes e hipertensão, a psoríase ainda não tem cura definitiva, mas, com tratamento adequado, pode ser controlada. A terapêutica visa, principalmente, à redução do número e da gravidade das lesões e vai depender das características do paciente. Sendo assim, o que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra.
Os medicamentos utilizados podem ser tópicos (pomadas, loções, xampus ou géis) ou sistêmicos (oral ou injetável). Casos leves e moderados (cerca de 80%) podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol. Em casos mais avançados, são indicadas sessões de fototerapia por ultravioleta.
Hoje, com o arsenal terapêutico disponível, é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões. Para tal, o tratamento deve ser feito sob rigorosa orientação médica e de forma persistente. Em alguns casos, faz-se necessário apoio psicológico para uma melhor adaptação do paciente ao impacto provocado pela doença. Atualmente, não há mais motivo para sofrer com as lesões da psoríase e deixar que elas limitem a vida dos pacientes!