10/11 – Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez

O objetivo da data é levar informações sobre a importância de cuidar da saúde auditiva para a população. De acordo com o IBGE, o Brasil conta com 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva, adquirida ou congênita, sendo que 2,7 milhões não ouvem nada. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres. Quando o assunto é educação, a população surda apresenta percentuais muito baixos de formação.

A audição é constituída por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno, onde essas ondas são transformadas em estímulos elétricos e enviadas ao cérebro, órgão responsável pelo reconhecimento daquilo que se ouve.

Surdez é o nome dado à impossibilidade ou dificuldade de ouvir abaixo de níveis considerados normais. Ela pode ser leve, moderada ou grave. Acomete 15% das pessoas entre 20 e 40 anos. Já acima dos 70 anos, sua prevalência pode chegar a 50%. A perda auditiva no idoso é um dos mais importantes fatores de desagregação social.

NOTA: Estudos publicados nos últimos anos comprovam também os danos ao funcionamento cerebral causados pela perda de audição. Mesmo níveis ‘pequenos’ de surdez, se não tratados, aumentam a chance de se remodelarem as conexões neuronais ou mesmo de diminuição da massa cerebral, com maior risco de demências, como a doença de Alzheimer. A reabilitação da audição por meio de aparelhos auditivos ou implantes cocleares minimiza ou até mesmo elimina esses riscos.

A deficiência auditiva pode ser:

CONGÊNITA – quando a pessoa já nasce com ela. Ocorre em 1 a 3 bebês para cada 1000 nascimentos. Pode ser detectada nos primeiros dias de vida e ser tratada com sucesso. Metade dos casos de surdez congênita é genético, ou seja, transmitida pelos pais através de seus genes.  Os outros 50% são decorrentes de doenças que ocorrem durante a gestação e afetam a audição do bebê, tais como: rubéola, toxoplasmose, sífilis, entre outras. Daí a importância de preveni-las com vacinação e acompanhamento pré-natal de modo a evitar complicações que duram toda a vida. O teste da orelhinha, obrigatório, é um exame feito nos recém-nascidos e permite verificar a presença de anormalidades auditivas.

ADQUIRIDA – quando o indivíduo passa por uma situação que causa dano permanente ou transitório ao seu sistema auditivo. São elas: alterações metabólicas, acúmulo de cera, exposição crônica a ruídos, uso contínuo de certos medicamentos, idade avançada, tumores cerebrais, trauma na cabeça ou face, infecções repetidas de ouvido, entre outras.

Os sintomas mais comuns de perda auditiva são:

  • dificuldade para compreender a fala (escuta, mas não entende);
  • dificuldade de compreensão em locais com ruído;
  • falar muito alto;
  • aumentar volume de TV e rádio;
  • aparecimento de zumbidos no ouvido;
  • atraso de aquisição de fala e ausência de diálogo em crianças.

Algumas medidas de prevenção são essenciais para cuidar da audição, tais como:

  • evitar a exposição prolongada a sons de forte intensidade. Para isso, controle o volume do seu smartphone, TV ou som do carro;
  • usar o cotonete para a limpeza do excesso de cera na parte mais externa do ouvido e para secar a orelha. Ele nunca deve ser introduzido no canal;
  • não introduzir objetos pontiagudos, como canetas e grampos, nos ouvidos;
  • utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) quando houver exposição a ruído intenso;
  • manter um estilo de vida saudável.

Para o diagnóstico de surdez ou acompanhamento da perda auditiva, deve-se realizar a audiometria.  Trata-se de um teste auditivo, realizado por médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo, que avalia a capacidade de ouvir e interpretar sons. Pode ser feito em qualquer faixa etária e seu principal objetivo é detectar o tipo e o grau de perda auditiva. O ideal é que ele seja realizado rotineiramente e não apenas quando surgem problemas na audição.

O tratamento para a surdez vai depender de sua causa. Pode variar desde uma limpeza ou drenagem do ouvido devido ao acúmulo de cera ou secreção, uso de aparelhos que amplificam o som, até a realização de cirurgia para correção de alguma deformidade, de tímpano perfurado ou para implante coclear (equipamento eletrônico implantado cirurgicamente transmite o sinal sonoro).​

Quando o médico opta por prescrever o uso de aparelho auditivo, entra em ação o fonoaudiólogo, profissional que vai verificar o tipo mais indicado para cada paciente, acompanhar a sua adaptação ao uso e fazer os ajustes necessários. Além disso, trabalha no sentido de reabilitar a função auditiva, a fala ou a linguagem. ​

 Alguns pacientes podem melhorar sua qualidade de comunicação e sua interação pessoal com algumas formas de reabilitação que incluem a leitura labial ou a linguagem de sinais. Existem sinais para quase todas as palavras conhecidas. Para sua execução, além do movimento das mãos, pode-se, quando necessário, utilizar as expressões facial e corporal. Ela não é universal, sendo diferente de um país para outro.

Ao suspeitar de algum problema auditivo, procure o médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo para prevenir, promover, diagnosticar e tratar os diferentes tipos e graus de perda auditiva.