A campanha Setembro Amarelo visa conscientizar a população sobre o tema do suicídio, prática geralmente associada à depressão e ainda tratado como tabu em muitas regiões do país. O mês de setembro foi escolhido porque é no dia 10 de setembro que se comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorrem cerca de 800 mil suicídios no mundo por ano. O suicídio é a segunda maior causa de morte em jovens de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito. No Brasil, são registrados 12 mil casos por ano.
Quase a totalidade das pessoas (96%) que cometem o ato contra a própria vida sofriam algum tipo de transtorno psicológico. Como muitos deles podem ser tratados com acompanhamento médico, é incontável o número de suicídios que poderiam ser evitados.
A orientação da população sobre as principais causas, fatores de risco e formas de prevenção pode auxiliar a prevenir e reduzir o número de mortes por suicídio. É importante destacar que inúmeros fatores podem influenciar para que ocorra o suicídio. Os principais são:
Tentativa prévia – pessoas que já tenham tentado tirar a vida possuem de 5 a 6 vezes mais chances de tentar o suicídio novamente. Das pessoas que se suicidaram, 50% já tinham feito tentativas anteriormente;
Doença mental – muitas vezes não diagnosticada ou não tratada adequadamente. Os distúrbios mais frequentes são depressão, bipolaridade, alcoolismo, consumo de drogas, transtorno de personalidade e esquizofrenia. Quanto mais comorbidades forem diagnosticadas no paciente, maiores são suas chances de suicídio;
Fatores sociais – cobrança social, fracasso, medo, bullying.
Outros fatores predisponentes incluem abuso sexual na infância, alta recente de internação psiquiátrica, doenças incapacitantes, impulsividade/agressividade, isolamento social e histórias pregressas na família.
No entanto, não podemos nos esquecer de que, muitas vezes, o suicídio acontece de maneira impulsiva diante de algumas situações muito impactantes e inesperadas da vida, como o fim de relacionamentos, perda de pessoas queridas ou mesmo crises financeiras. O suicídio também é comum em pessoas que sofrem discriminação, como refugiados, imigrantes, gays, lésbicas, transgêneros e intersexuais.
O assunto é envolto em tabus. Milhares são os casos de pessoas que possuem pensamentos suicidas e sentem-se envergonhadas, excluídas ou descriminadas. Dessa forma, falar sobre o assunto é essencial para que as pessoas conheçam o problema e entendam a necessidade de ajudar quem está passando por ele e que aqueles que estão com esse tipo de pensamento entendam a importância de buscar ajuda, médica ou psicológica, para superar essa situação. Os indivíduos conscientes do problema podem prevenir 9 em cada 10 situações de atos suicidas.
A maior parte das pessoas que comete suicídio fala ou dão sinais sobre o ato alguns dias ou semanas antes. Isso costuma acontecer frequentemente, e tanto os familiares quanto os profissionais da saúde devem ficar atentos a esses sinais.
Se você estiver com sérios problemas e chegar a considerar o suicídio, pode procurar ajuda entrando em contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV). Esse é um projeto que fornece apoio emocional e prevenção do suicídio. Através de telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias da semana, eles atendem de forma voluntária e gratuita todos que precisam conversar. O serviço é totalmente sigiloso. O site do CVV é www.cvv.org.br.
Se pensar em suicídio, peça ajuda! Em algumas situações, uma simples conversa pode salvar sua vida. A pessoa acaba fechando sua cabeça para outras opções que solucionem o problema. Por isso, é tão difícil de encontrar uma alternativa ao suicídio quando a pessoa está sozinha. Quando entendemos que o suicídio é uma realidade e que pode afetar pessoas a nossa volta, fica mais claro que é fundamental conversarmos a respeito.