Celebrado em 29 de agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo foi criado com a finalidade de conscientizar a população sobre os riscos à saúde decorrentes do uso do cigarro e reforçar ações nacionais para combater o hábito de fumar. No mundo, um em cada quatro homens são fumantes, para o sexo feminino esse número é de uma a cada 20 mulheres.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta, sendo responsável por 5 milhões de óbitos por ano em todo o mundo. Para 2030, estima-se que esse número seja de 8 milhões e que 80% dessas mortes ocorrerão em países em desenvolvimento.
O tabagismo, no Brasil, é um problema de saúde pública que afeta principalmente os pobres. A prevalência do tabagismo nas classes com menos anos de escolaridade e com menor renda é quase o dobro da prevalência da população com maior nível socioeconômico.
O cigarro, assim como outros derivados do tabaco, não possui uma quantidade segura de consumo. Somente na fumaça desse produto, por exemplo, encontramos mais de 4.700 substâncias tóxicas, algumas inclusive cancerígenas.
O tabagismo pode desencadear cerca de cinquenta problemas de saúde, dentre os quais, destacam-se: infarto do miocárdio, enfisema pulmonar, derrame, câncer de pulmão, traqueia, laringe e brônquio, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, hipertensão, diabetes e, no caso de mães fumantes, bebês prematuros ou com baixo peso ao nascimento.
O cigarro é responsável por 90% dos cânceres de pulmão, sendo importante destacar que as chances de cura são bastantes baixas. Dos restantes, 10% dos casos, um terço está relacionado ao tabagismo passivo (pessoas que não fumam diretamente, mas estão expostas à fumaça do cigarro), ou seja, se paramos de fumar acabamos com 93% dos cânceres de pulmão.
Os fumantes são também mais vulneráveis à infecção e têm maior chance de complicações pela COVID-19, já que eles podem ter mais doenças pulmonares e cardiovasculares.
O uso constante do tabaco causa dependência em virtude da presença de nicotina, que, além de malefícios à saúde, é capaz de provocar dependência similar à provocada pela cocaína.
Apesar do risco potencial associado ao hábito de fumar, várias pessoas permanecem fumando por acharem que as pesquisas científicas são exageradas e que, portanto, elas não serão afetadas. As pessoas fumam por vários motivos, muitas vezes relacionados ao emocional. Aprender a identificar o problema é o primeiro passo, e fundamental, para que enfrentem o problema para superá-lo. Por isso que, para algumas pessoas, o parar de fumar pode ser um grande problema e elas precisam de ajuda para deixar o vício.
Acredita-se que, após um ano sem fumar, os riscos já comecem a decrescer. Em relação aos riscos de infarto e câncer, estima-se que, após 10 anos, os ex-fumantes passem a ter os mesmos percentuais de riscos de desenvolver essas doenças que uma pessoa que nunca fumou.
O Brasil já alcançou muitos avanços na luta contra o tabagismo, como a redução percentual expressiva de adultos fumantes nas últimas décadas. No entanto, o fortalecimento de medidas visando ao controle do uso do tabaco precisa ser alvo constante de atenção, bem como as ações educativas antitabagismo, visto que seus efeitos sobre a morbidade e mortalidade ainda poderão ser observados nas próximas décadas.
Nesse sentido é preciso tomarmos 3 ações em relação ao combate ao fumo:
1 – PREVENÇÃO DA INICIAÇÃO: O incentivo à manutenção de uma vida saudável (com estímulo à prática de esportes e alimentação equilibrada) longe do tabaco é essencial para a prevenção da iniciação do fumo, principalmente entre jovens e adolescentes.
2 – APOIO À CESSAÇÃO: por meio de medidas e campanhas que incentivem o abandono do tabaco. Nesse sentido, o papel dos profissionais de saúde é fundamental.
3 – PROMOÇÃO DE AMBIENTES LIVRES DA FUMAÇA DO TABACO: de modo a diminuir a exposição das pessoas ao tabagismo passivo, por meio de proibição de uso de tabaco em locais fechados, ambientes com crianças e adolescentes e locais onde ocorre a prática de esportes.
Parar de fumar é a medida que mais impacta na saúde das pessoas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento gratuito, disponibilizando medicamentos, além de fornecer acompanhamento multiprofissional com médico, psicólogo, assistente social e nutricionista. Os participantes passam por avaliações física, psicológica e nutricional, que permitem rastrear o grau de dependência da nicotina, a sua motivação para largar o cigarro, o nível de ansiedade, de depressão, o estilo de vida, os hábitos alimentares e outros fatores associados à qualidade de vida do fumante.
É possível diminuir cada dia mais o uso do tabaco e evitar inúmeros casos de doenças e mortes em nosso país e no mundo. Basta nos unirmos nesta causa. Diga não ao fumo!
