A elevada incidência do câncer de mama no mundo deflagrou, na década de 1990, um movimento popular denominado Outubro Rosa, que tem como foco a luta contra o câncer de mama e o estímulo à participação da população no combate a essa doença. Ele teve seu início nos Estados Unidos e, posteriormente, expandiu-se ao redor do mundo.
NOTA: O objetivo da campanha é compartilhar informações sobre o câncer de mama e, mais recentemente, o câncer do colo do útero, promovendo a conscientização sobre essas doenças, de modo a facilitar o acesso aos serviços de diagnóstico e contribuir para a redução da mortalidade.
O câncer de mama é um tumor maligno que ataca o tecido mamário. Ele ocorre a partir do desenvolvimento anormal das células da mama que se multiplicam, repetidamente, até formarem o câncer.
Durante o mês de outubro, diversas instituições abordam o tema para encorajar mulheres a realizarem seus exames e muitas até os disponibilizam. Iniciativas como essa são fundamentais para prevenção e diagnóstico precoce, visto que nos estágios iniciais, a doença é assintomática.
Vários são os motivos que têm levado as autoridades governamentais a situar o controle do câncer de mama como uma prioridade da agenda de saúde do país, já que, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o tumor maligno mais incidente na população feminina mundial e brasileira (66.280 novos casos em 2021 – INCA). Se diagnosticada oportunamente e tratada de forma adequada, a doença tem um bom prognóstico. Ela apresenta potencial de invadir outros órgãos e pode também acometer homens (apenas 1% dos casos).
O que aumenta o risco da doença? A idade (mulheres com 50 anos ou mais), o excesso de peso, história familiar (mãe, irmã ou filha acometidas antes dos 50 anos), histórico de câncer de mama prévio ou de ovário são importantes fatores de risco para a doença.
NOTA: As mulheres com maior risco de desenvolver a doença devem, a partir dos 35 anos, fazer o exame clínico das mamas e a mamografia uma vez por ano.
A principal manifestação da doença, presente em 90% dos casos, é a presença na mama de um nódulo (caroço) único, endurecido e que pode ou não ser doloroso. Deve-se lembrar, no entanto, que nem todo caroço é um câncer de mama. Daí a importância de se consultar um profissional de saúde.
Outros sintomas compreendem: inchaço da mama, retração da pele ou do mamilo, pele da mama avermelhada ou com aspecto de casca de laranja, caroços (gânglios) nas axilas ou no pescoço e saída espontânea anormal de líquido pelos mamilos, sobretudo quando acontece unilateralmente.
Como descobrir a doença? A realização do exame clínico das mamas, por profissional da saúde habilitado, e do autoexame das mamas, para identificar mudanças ou anormalidades sugestivas da presença de um câncer, representa ações essenciais e complementares para o diagnóstico precoce dessa patologia (95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura) e deve, portanto, fazer parte da rotina de atenção integral à saúde da mulher.
As mulheres com 40 anos ou mais devem procurar, anualmente, um serviço de saúde para realizar o exame clínico das mamas e aquelas entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. A mamografia é um exame imprescindível, sendo o principal método para o rastreamento da doença. O serviço de saúde deve ser procurado mesmo na ausência de sintomas!
O câncer de mama pode ser evitado com a adoção de hábitos saudáveis, como: ter uma alimentação saudável e equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, não fumar, evitar o consumo de bebidas alcóolicas e amamentar o máximo de tempo possível.
O problema é sério, mas existem diretrizes governamentais para enfrentá-lo. A mobilização de todos os atores envolvidos é essencial para manter o espírito do movimento Outubro Rosa.