O Junho Laranja é dedicado ao diagnóstico, à prevenção e ao tratamento da anemia e da leucemia – doenças causadas por deficiências nas células sanguíneas e que podem acometer adultos e crianças – além de incentivar a doação de sangue e de medula óssea.
ANEMIA
A anemia é uma condição representada pela diminuição do número dos glóbulos vermelhos (hemácias) no sangue ou pela concentração de hemoglobina dentro deles menor que o normal, o que provoca uma redução na quantidade de oxigênio transportada para os tecidos do corpo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 42% das crianças com menos de 5 anos de idade e 40% das mulheres grávidas em todo o mundo são anêmicas. As causas mais comuns de anemia incluem deficiências nutricionais (falta de ferro, de folato, das vitaminas B12 e A), as hemoglobinopatias (doenças em que há falha na produção da hemoglobina) e/ou as doenças infecciosas como malária, tuberculose, HIV e as infecções parasitárias. No Brasil, a anemia é um problema de saúde pública. Estima-se que cerca de 20% da população brasileira seja afetada pela doença.
Os principais sintomas da anemia são: cansaço, falta de apetite, tontura, fraqueza, falta de ar, palidez de pele e das mucosas na parte interna do olho e gengivas. Em crianças, um dos sinais pode ser a dificuldade no aprendizado e diminuição da concentração e, em adultos, a redução da produtividade. Para o diagnóstico da anemia, é indicada uma avaliação clínica, além de exames de sangue.
A anemia por deficiência de ferro (anemia ferropriva) é a mais comum e é relativamente fácil de tratar por meio de mudanças na dieta. O ferro atua, principalmente, na fabricação das hemácias e pode ser encontrado:
- nas carnes vermelhas e em vísceras (miúdos), como rim e coração;
- nas carnes de aves, de peixes e mariscos crus;
- no agrião, na couve, no cheiro-verde, na taioba;
- em feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha;
- nos grãos integrais ou enriquecidos;
- nas nozes e castanhas, no melado de cana, na rapadura e no açúcar mascavo.
LEUCEMIA
A leucemia é um tipo de câncer que acontece no sangue, quando alguns glóbulos brancos (responsáveis por combater infecções) perdem a função de proteger e são produzidos de forma descontrolada, acumulando-se na medula óssea e substituindo os glóbulos saudáveis. Sua origem é desconhecida. A leucemia é uma das principais causas de morte por câncer em crianças e adolescentes, no Brasil.
Existem algumas classificações para as leucemias. A mais importante é se estamos tratando de uma leucemia aguda ou crônica e se ela é linfoide ou mieloide. Essas classificações iniciais são importantes, porque definem os primeiros passos do tratamento. São elas:
- Leucemia mieloide aguda (LMA):avança rapidamente e pode atingir tanto adultos quanto crianças, com maior incidência com o aumento da idade;
- Leucemia mieloide crônica (LMC): acomete adultos e, no início, desenvolve-se mais lentamente;
- Leucemia linfocítica aguda (LLA):se agrava rapidamente e é um tipo bem comum em crianças;
- Leucemia linfocítica crônica (LLC):atinge pessoas com mais de 55 anos e se desenvolve de forma lenta.
Os sintomas mais comuns são fadiga e a fraqueza, perda de peso, dor óssea, excesso de transpiração noturna e febre, sangramentos, petéquias (manchas vermelhas na pele), gânglios inchados (especialmente no pescoço e axila), entre outros.
O paciente, ao identificar esses sinais, deve procurar um médico para uma avaliação. O diagnóstico é feito por meio de exames como: hemograma, tomografia computadorizada ou mielograma e até uma biópsia da medula, se houver necessidade.
O tratamento depende do tipo e do estágio da doença, entretanto, as terapias envolvem quimioterapia, radioterapia, transplante de células-tronco/medula óssea, anticorpos monoclonais, imunomoduladores, terapia-alvo genética e imunoterapia. Em alguns casos, quando a condição da leucemia for aguda, pode ser necessário que o paciente faça transfusão de sangue.
Todos nós podemos contribuir para combater ambas as doenças por meio da doação de sangue ou de medula óssea.
A doação de medula óssea é muito importante, pois esse tratamento é essencial e, muitas vezes, único para muitos pacientes. Ou seja, ser doador de medula óssea pode salvar vidas!
Para ser um doador de medula óssea basta ter mais de 18 anos e menos de 60, estar em boa saúde. Procure o hemocentro do seu estado e agende uma consulta de esclarecimento ou palestra sobre a doação.