Fevereiro Roxo – Campanha de conscientização do Lúpus, da Fibromialgia e do Mal de Alzheimer

O Lúpus, a Fibromialgia e a doença de Alzheimer são três condições bem diferentes entre si, que, no entanto, apresentam dois pontos em comum: são crônicas e incuráveis. Desse modo, é importante que elas sejam identificadas em seus estágios iniciais para que seus sintomas sejam controlados ou mesmo retardados.

O Fevereiro Roxo é uma campanha de conscientização que, além de dar visibilidade a essas doenças e a seus sintomas, incentiva que aqueles que suspeitam de algum problema procurem por um diagnóstico e tenham um tratamento adequado, ainda que as doenças não tenham cura.

Terapias medicamentosas e tratamentos complementares como fisioterapia, acupuntura, atividades físicas, terapia e outros são importantes para que a pessoa volte a ter condicionamento, melhore seu humor, sua mobilidade, sua capacidade cognitiva, e, consequentemente, tenha uma maior qualidade de vida. Sendo assim, é importante conhecer um pouco mais sobre elas: 

O que é o Lúpus?

O Lúpus é uma doença inflamatória e autoimune, ou seja, o próprio sistema imunológico do indivíduo passa a destruir órgãos e tecidos de seu corpo. Em casos mais graves, se não tratada adequadamente, pode matar.

A doença pode se manifestar de quatro formas diferentes:

  • Lúpus Discóide – é uma versão um pouco mais branda da doença, que afeta somente a pele. Seu principal sintoma é o surgimento de uma lesão avermelhada na face (em forma de borboleta, sobre bochechas e nariz), na nuca e no couro cabeludo;
  • Lúpus Sistêmico – esse tipo é o mais comum e pode ser leve ou grave, conforme cada situação. Nessa forma da doença, a inflamação acontece em todo o organismo, comprometendo vários órgãos ou sistemas, como rins, coração, pulmões, sangue, articulações, além da pele. Algumas pessoas com lúpus discóide podem, eventualmente, evoluir para o lúpus sistêmico;
  • Lúpus induzido por drogas – essa forma também é comum e acontece porque algumas drogas e/ou medicamentos podem provocar inflamação com sintomas parecidos com os do lúpus sistêmico. Nesse caso, a doença, tende a desaparecer assim que a substância deixar de ser utilizada;
  • Lúpus neonatal – esse tipo é bastante raro e afeta filhos recém-nascidos de mulheres que têm lúpus. Normalmente, ao nascer, a criança pode ter erupções na pele, problemas no fígado ou baixa contagem de células sanguíneas, mas esses sintomas tendem a desaparecer naturalmente após alguns meses.

Mais comum entre mulheres, os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises. Eles se agravam por um tempo e depois desaparecem.

Os sinais e sintomas variam de acordo com a região do corpo afetada. Os mais comuns são: febre, fadiga, rigidez muscular e inchaço, dores em articulações, dificuldades para respirar, dores de cabeça, confusão, sensibilidade à luz solar, queda de cabelo, feridas na boca, desconforto, mal-estar e/ou ansiedade.

O diagnóstico para Lúpus não é tão simples, porque não há nenhum teste ou exame específico para confirmar a doença e, além disso, ela pode ser confundida com outras enfermidades, visto que os sintomas variam muito de pessoa para pessoa e mudam com o passar do tempo. Ele é feito, então, a partir de exames de sangue, urina e dos sinais e/ou sintomas evidenciados pelo médico durante o exame físico.

Ainda não existem formas conhecidas de prevenção, tendo em vista que as causas da doença ainda não são totalmente conhecidas e não há vacinas. O tratamento adequado dessa condição é indispensável para mantê-la sob controle e reduzir os sintomas, que podem ser extremamente dolorosos.

Em que consiste a Fibromialgia?

A Fibromialgia é uma síndrome ainda pouco conhecida que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica (dura mais que três meses), mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. Ela é acompanhada de sintomas típicos, como sono não reparador (sono que não restaura a pessoa) e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão; e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória.

A maioria dos portadores é composta por mulheres entre 30 e 60 anos de idade, mas a síndrome pode surgir mais cedo, inclusive na infância e na adolescência. Sabe-se que há fatores genéticos envolvidos, ou seja, quem tem um familiar com Fibromialgia é mais propenso a apresentar a doença.

O diagnóstico é eminentemente clínico, com a história, exames físico e laboratorial auxiliando a afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes. Não há alteração dos exames que indicam inflamação, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa. Exames de imagem devem ser interpretados com muito cuidado, pois nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor do paciente.

A doença pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, o que muitas vezes dificulta uma completa melhora desses pacientes.

O principal tratamento é não-medicamentoso. Recomenda-se a realização de exercícios aeróbicos, que movimentem o corpo todo e acelerem os batimentos cardíacos. Em alguns casos, o acompanhamento psicológico pode ser útil, principalmente para aprender a lidar com a dor crônica no dia a dia. As medicações também são úteis para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição do paciente e possibilitar a prática de atividade física.

Como a doença de Alzheimer se caracteriza?

A doença de Alzheimer é neurodegenerativa progressiva. Os principais sintomas são a falta de coerência na fala, confusão com horários e dias da semana, desorientação em relação a lugares que são conhecidos e a perda da memória recente, ou seja, o paciente se lembra de fatos de muitos anos atrás, mas não sabe dizer sobre coisas que fez hoje.

O Alzheimer está associado à idade avançada, porém pode surgir de forma prematura, especialmente em pessoas com casos semelhantes na família. A doença é a principal causa de demência e leva o paciente a depender de ajuda para realizar tarefas básicas. Ainda sem cura, afeta a capacidade de atenção da pessoa, assim como seu aprendizado e convívio social. 

Embora ainda não possua uma forma de prevenção específica, recomenda-se manter a cabeça ativa e levar uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos. Isso pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.

O Alzheimer pode ser tratado pelo psiquiatra, geriatra ou por um neurologista; e o tratamento é medicamentoso, sendo capaz de minimizar os distúrbios da doença e propiciar uma redução da progressão do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária.