14 de março – Dia Mundial da Incontinência Urinária

O Dia Mundial da Incontinência Urinária (IU) foi criado para conscientizar sobre os sintomas e tratamentos dessa doença, caracterizada pela perda involuntária de urina, independente do volume. Outros sinais incluem urgência miccional (e eliminar uma pequena quantidade) e acordar muitas vezes à noite com vontade de ir ao banheiro. O normal é urinar até oito vezes por dia, inclusive à noite. Mais do que isso, pode ser sinal de alguma alteração.

A IU é uma das patologias do trato urinário mais comuns no Brasil, atingindo 15% dos homens e 45% das mulheres acima dos 40 anos, com grande impacto na qualidade de vida das pessoas. Por se sentirem envergonhadas ou por acharem que nada pode ser feito para tratar o problema, elas sofrem em silêncio.

A IU não é somente um problema físico. Podem acontecer mudanças comportamentais, de produtividade e nos hábitos sociais, inclusive levando à depressão. Os indivíduos que apresentam essa condição têm medo de realizar suas tarefas diárias normais por medo de expor o problema. Além disso, eles não conseguem ficar muito longe de um banheiro e evitam aglomerações de pessoas.

Muita gente acha que a IU é um problema normal e que faz parte do processo de envelhecimento. Mas outros fatores como o número de gestações e o tipo de parto (normais mais que cesárias) também podem aumentar o risco da patologia.

Nas mulheres, o problema tende a aumentar após a menopausa e, nos homens acima de 50 anos, com o surgimento dos problemas de próstata. Doenças como diabetes, derrames (acidente vascular cerebral) e obesidade também se associam à maior incidência de IU.

Os principais tipos de incontinência urinária são:

Esforço: é caracterizada pela perda de urina ao se realizar algum tipo de estímulo físico, como tossir, rir, fazer exercícios, entre outros. Isso leva a perdas urinárias em episódios (gotas ou grande quantidade).

Urgência: a perda de urina está associada a um desejo súbito e urgente de urinar; e o indivíduo não consegue chegar a tempo ao banheiro. Nesses casos, a bexiga se contrai involuntariamente, mesmo não estando cheia (Síndrome da Bexiga Hiperativa). É o principal tipo que acomete idosos.

Algumas pessoas têm os dois tipos de incontinência urinária ou têm sintomas que podem ser dos dois tipos e chamamos a essa condição de incontinência mista.

Para o diagnóstico, além do histórico de perda urinária, podem ser necessários exames mais específicos, chamados exames urodinâmicos. Os tratamentos variam de acordo com o tipo, a causa e a gravidade de cada caso, desde orientações sobre mudanças na rotina, medicamentos e fisioterapia pélvica, até cirurgias, nos casos mais graves.

O primeiro passo é reconhecer o problema, visto que qualquer perda urinária, mesmo que sejam apenas algumas gotinhas, já é considerada incontinência. Nesse sentido, uma avaliação e intervenção precoces podem retardar a evolução do quadro e mitigar o impacto psicossocial do problema.

O médico a ser procurado pode ser tanto o geriatra como o urologista ou o ginecologista. O importante é que o paciente se sinta seguro e não tenha vergonha de falar sobre a incontinência.