A campanha Dezembro Laranja foi criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia com o objetivo de prevenir e detectar precocemente o câncer no maior órgão do corpo humano. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022 tenham sido diagnosticados 176.930 novos casos. O câncer de pele é o tumor de maior incidência no Brasil (30% de todos os tumores malignos registrados no país).
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Elas se dispõem formando camadas e, de acordo com as células que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.
Os cânceres de pele podem ser divididos em melanoma e não melanoma, sendo os mais frequentes o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, menos agressivos, mas que podem causar lesões funcionais e estéticas. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
O carcinoma basocelular, menos agressivo, costuma apresentar áreas com protuberância, com borda mais elevada e cor mais avermelhada, com pequenos vasos de sangue. Já o carcinoma espinocelular, mais agressivo que o basocelular, tem como característica sinais com aparência endurecida, uma úlcera que lembra um machucado, que não cicatriza.
O melanoma tem origem nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele. Pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais, sobretudo nas áreas mais expostas à radiação solar. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. É considerado o mais agressivo, por ter grande chance de se espalhar para tecidos e órgãos vizinhos. Quando detectado em sua fase inicial as chances de cura podem chegar a mais de 90%.
O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem sua pele faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. No entanto, somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:
– surgimento de manchas que coçam, descamam ou que sangram;
– sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor;
– feridas que não cicatrizam em 4 semanas.
A exposição prolongada e repetida ao sol aumenta o risco para o câncer de pele, especialmente entre as pessoas que possuem pele clara, olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ou que são albinas. Mas as pessoas de pele negra também precisam se cuidar, mesmo que a incidência seja menor. Isso porque outros fatores de risco incluem histórico familiar de câncer de pele, doenças de pele prévias, sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial.
O bronzeamento artificial também oferece alto risco de desenvolvimento de câncer de pele, mais do que a exposição aos raios solares. Isso ocorre porque, no processo, são emitidos altos níveis de UVA, a radiação ultravioleta, de maior risco para a doença.
Os cuidados para prevenir a doença vão muito além do uso de filtro solar. É preciso ter atenção aos horários corretos para se expor ao sol, evitando ampla exposição no intervalo entre 10h e 16h, além do uso de roupas e acessórios adequados (chapéu, boné, óculos escuros, roupas com proteção ultravioleta, guarda-sol e sombrinha). Quem tem tatuagem deve redobrar os cuidados, pois as tintas escuras usadas nas imagens podem encobrir possíveis lesões precursoras da doença.
Esses cuidados não excluem a importância do acompanhamento anual e periódico com um dermatologista para o monitoramento de manchas, pintas e sinais que podem identificar o câncer de pele.
A luz do sol é importante para a saúde e o bem-estar, afinal, essa é a principal fonte de vitamina D. A moderação é o grande segredo para essa relação se manter pacífica!