Abril Azul – Mês de Conscientização do Autismo

A data, estabelecida em 2007, objetiva difundir informações sobre o autismo e diminuir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno (cerca de 70 milhões em todo o mundo). A incidência de autismo é maior em meninos (uma relação de quatro meninos para uma menina). 

O autismo não é uma doença, mas, sim, um transtorno do desenvolvimento neurológico, que não apresenta cura e que afeta a maneira como os indivíduos se comunicam e interagem. É, atualmente, chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar de não haver uma causa bem estabelecida, acredita-se que fatores ambientais e genéticos podem estar envolvidos. 

O TEA se manifesta, na maioria dos casos, nos primeiros 5 anos de vida e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. É importante salientar que existem níveis diferentes de autismo, classificados de leve à grave, mas ele é único para cada indivíduo. 

Alguns dos sinais do TEA que podem ser observados em crianças no primeiro ano de vida são: não respondem ao nome, sentem grande incômodo quando colocadas em ambientes com sons altos, têm interesse maior por objetos do que por pessoas, fazem pouco contato visual, enfileiram objetos e não aceitam toque.  

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, uma em cada 160 crianças possui TEA. Ainda, de acordo com a organização, tem-se observado um aumento de casos no mundo, o que pode ser explicado pelo aumento da conscientização sobre o tema e uma maior busca pelo diagnóstico. 

As pessoas afetadas pelo TEA, frequentemente, apresentam fobias, agressividade, dificuldade de interação social, de aprendizagem, comportamentos repetitivos, epilepsia, depressão e ansiedade. O nível intelectual pode variar muito de caso para caso, desde deterioração profunda até alta habilidade cognitiva. 

Muitas pessoas com TEA são, infelizmente, diagnosticadas tardiamente (em média entre 4 e 5 anos de idade). O diagnóstico tardio é prejudicial para o indivíduo, uma vez que as terapias são importantes não apenas para o seu desenvolvimento completo, mas também para a amenização dos sintomas. 

Embora algumas pessoas com TEA possam viver de forma independente, existem outras com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas.  

Os esquemas de tratamento devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico. Eles são aplicados por equipe multidisciplinar (médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos) e devem contar com a participação de pais e cuidadores devidamente orientados e treinados. É altamente recomendado que o programa de intervenção seja personalizado, pois nenhuma pessoa com o transtorno é igual a outra. 

As intervenções voltadas para pessoas com TEA devem ser acompanhadas de atitudes e medidas amplas que garantam que os ambientes físicos e sociais sejam acessíveis, inclusivos e acolhedores. 

Além disso, a terapia comportamental pode reduzir as dificuldades de comunicação e de comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEA e na de seus cuidadores.