11/4 – Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson

Em 11 de abril comemora-se o Dia Mundial do Parkinson com o propósito de explicar a doença, criar um alerta pela busca do diagnóstico precoce e mostrar as possibilidades de tratamento para pacientes, familiares e cuidadores. Foi nessa data, em 1755, que nasceu o médico inglês James Parkinson, o primeiro a pesquisar cientificamente a enfermidade, chamada na época de ‘paralisia agitante’.

O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva que pode levar à incapacitação importante. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina – substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas – provocando a perda do controle motor do indivíduo. As causas exatas que levam a essa diminuição ainda são desconhecidas pela medicina.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, aproximadamente, 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença. Com o aumento da expectativa média de vida, a OMS estima que o número possa chegar a 3% até 2030, tratando-se da segunda doença neurodegenerativa mais comum, atrás apenas do Alzheimer. Ainda que seja uma doença mais relacionada à população idosa, o número de pessoas abaixo dos 60 anos diagnosticadas com Mal de Parkinson vem aumentando. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.

Os principais sintomas da doença são os chamados ‘sintomas motores’: lentidão de movimentos, rigidez articular, tremores de repouso, desequilíbrio, distúrbios de fala e dificuldade para engolir. Podem ocorrer também ‘sintomas não-motores’ como tontura constante, irritabilidade, lapsos de memória, diminuição do olfato, alteração do ritmo intestinal, distúrbios do sono e depressão. O tremor da doença de Parkinson é característico. Ele é chamado de tremor de repouso, ou seja, é mais evidente ou exclusivo quando a mão do paciente está parada. Quando o indivíduo executa algum movimento, a tendência é que ele diminua ou desapareça. Além disso, ele é caracteristicamente assimétrico, sendo mais evidente em apenas um lado do corpo. Com o passar dos anos, o outro lado pode ser afetado.

Vale lembrar que nem todos os pacientes com doença de Parkinson apresentam tremor. Em 30% dos pacientes, ele está ausente, sendo a lentidão dos movimentos e a rigidez os sintomas mais evidentes.

O diagnóstico da doença de Parkinson é essencialmente clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas descritos. O profissional mais habilitado para tal interpretação é o médico neurologista, que é capaz de diferenciar essa doença de outras que também afetam, involuntariamente, os movimentos do corpo. Os exames complementares, como tomografia cerebral e ressonância magnética, servem apenas para avaliação de outros diagnósticos diferenciais.

A cura ainda não foi alcançada, mas a doença de Parkinson é tratável. O tratamento visa reduzir o prejuízo funcional decorrente da patologia, de modo a possibilitar que o indivíduo seja independente e tenha uma melhor qualidade de vida.

Os sinais e sintomas, geralmente, respondem de forma satisfatória às medicações existentes. Elas repõem parcialmente a dopamina que está faltando e, desse modo, melhoram os sintomas da doença. Devem ser usadas por toda a vida ou até que surjam tratamentos mais eficazes. A escolha do medicamento mais adequado deverá levar em consideração fatores como estágio da doença, a sintomatologia presente, a ocorrência de efeitos colaterais, a idade do paciente, os medicamentos em uso e o seu custo.

Pacientes com incapacidade funcional causada pelos sintomas parkinsonianos também podem se beneficiar de programas terapêuticos de reabilitação, envolvendo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e suporte psicológico e familiar, que buscam evitar e/ou retardar a perda de suas funcionalidade e habilidades motoras. Além disso, também está indicada a prática regular de atividade física.