O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, celebrado em 15 de setembro, chama atenção para a importância de diagnosticar precocemente esse tipo de câncer.
Linfoma é o nome de um conjunto de cânceres que atacam o sistema linfático, composto por órgãos (fígado, baço, medula óssea), vasos, tecidos linfáticos e pelos linfonodos (gânglios ou ínguas), que se distribuem em posições estratégicas do corpo para ajudar na defesa contra doenças e infecções.
O linfoma ocorre quando as células normais do sistema linfático sofrem mutações e passam a se multiplicar sem parar, disseminando-se pelo organismo. Pacientes transplantados, portadores do vírus HIV e que sofrem de doenças autoimunes, devido às alterações imunológicas provocadas por essas condições, são mais suscetíveis a desenvolverem linfomas.
Em todo o mundo, a cada ano, mais de 735.000 pessoas são diagnosticadas com linfoma. De acordo com o Observatório de Oncologia, no Brasil, entre 2010 e 2020, foram diagnosticados 91.468 novos casos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Existem dois tipos de Linfoma: o linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH). Ambos apresentam comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes. A principal diferença está nas células doentes: o LH é caracterizado pela presença de células grandes e facilmente identificáveis no linfonodo acometido, conhecidas como células de Reed-Sternberg. Já o LNH não tem um tipo celular característico.
O LH é uma doença adquirida (ainda não se sabe a causa) e não hereditária. Compreende cerca de 20% dos casos da doença e pode ocorrer em qualquer idade, porém, os jovens de 25 a 30 anos são os que mais recebem esse diagnóstico.
O LNH é, na verdade, um grupo complexo de mais de 80 tipos distintos da doença. Após o diagnóstico, é classificado de acordo com o tipo de célula linfoide afetada e o estágio em que se encontra (extensão). Podem surgir em diferentes partes do corpo e representam 80% dos casos de linfoma. Atinge especialmente pessoas com mais de 60 anos e não são conhecidos os motivos para o seu surgimento.
Os linfomas afetam as defesas do organismo e ocasionam o aumento de tamanho dos linfonodos, popularmente conhecido como íngua, que se localizam nas axilas, virilha e na região do pescoço. Além do aparecimento de ínguas (sem motivo específico), febre intermitente, fadiga, sudorese noturna anormal, coceira na pele e perda repentina e significativa de peso são sintomas secundários característicos de linfomas.
As principais formas de tratamento dos linfomas são a quimioterapia e radioterapia. Os anticorpos monoclonais — proteínas presentes no sistema de defesa do organismo alteradas em laboratório para atacar células específicas — também podem ser utilizados no tratamento, associados à quimioterapia, principalmente, nos casos de linfoma não Hodgkin. Em alguns casos, também poderá ser necessária a realização de transplante de medula óssea.
Algumas recomendações importantes:
- evite a exposição prolongada a produtos químicos, em especial a produtos agrícolas;
- faça um autoexame frequentemente. Quanto mais você conhecer o próprio corpo, mais depressa identificará possíveis alterações físicas;
- a incidência de linfoma aumenta com a idade. Desse modo, idosos, principalmente os de ascendência europeia, devem redobrar a atenção;
- procure um médico se notar a presença de uma íngua no pescoço, axila, virilha, especialmente se ela não for dolorosa, tiver crescimento rápido e não existir nenhum outro sinal de infecção (como febre e mal-estar);
- a quimioterapia para linfoma pode afetar a produção de óvulos e espermatozoides. Se você deseja ter filhos, considere métodos de preservação de sêmen e de óvulos.
Apesar de haver o registro de diversos subtipos de linfomas, todos eles são potencialmente curáveis, desde que haja o diagnóstico precoce e que o tratamento seja conduzido por um médico especializado e familiarizado com as particularidades da doença.