A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox, transmitido aos seres humanos a partir de animais roedores e primatas não humanos. Apresenta sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave (*). Seu período de incubação é geralmente de seis a 13 dias. Em geral, a doença dura de duas a quatro semanas.
(*): Um maior risco de morte e adoecimento grave é observado em crianças com menos de 8 anos de idade, pessoas com sistema imunológico enfraquecido, com história de eczema e mulheres grávidas ou amamentando.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou o risco da varíola dos macacos moderado em todas as regiões do mundo, com exceção da região europeia, na qual o risco foi considerado alto. Já foram notificados mais de 16 mil casos em 75 países.
A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados (talheres, toalhas e roupa de cama) dos casos sintomáticos ou com animais advindos da África.
NOTA: No surto de 2022, começou-se a investigar se a transmissão também ocorria via contato sexual, já que em 95% dos casos estudados a transmissão da doença teria ocorrido por via sexual. A forte probabilidade de transmissão sexual foi apoiada por achados de lesões primárias em mucosa genital, anal e oral e que podem representar o local da inoculação.
Qualquer pessoa, independentemente da idade, com aparecimento repentino de pústulas (bolhas) na pele (**) e que esteja em um país onde a doença não é endêmica ou que tenha viajado para um país endêmico ou tenha tido contato próximo com possíveis infectados passa a ser considerado um caso suspeito. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, febre acima de 38,5°C, aumento dos gânglios linfáticos, dores no corpo e fraqueza profunda, faz-se necessária a realização do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para confirmar ou descartar a doença.
NOTA: O aumento dos gânglios linfáticos permite que os médicos diferenciem a varíola dos macacos da catapora ou da varíola humana.
(**): Após um a três dias do início da febre, surgem as lesões na pele. Inicialmente elas aparecem no rosto, espalhando-se, posteriormente, para o restante do corpo. Lesões podem também aparecer nos órgãos genitais, podendo igualmente ocorrer como lesões genitais únicas. Além disso, a varíola dos macacos pode provocar feridas na boca e no ânus.
Como destacado anteriormente, a doença pode ser transmitida de animais para seres humanos, portanto deve-se evitar o contato com animais que podem transmitir o vírus ao visitar áreas onde a doença é endêmica (África Central e Ocidental).
Para evitar a transmissão de uma pessoa para outra é importante evitar contrato próximo com pessoas doentes ou que apresentam sintomas sugestivos da doença. É fundamental não abraçar, não beijar e não manter relações sexuais com pessoas doentes. Além disso, é importante não compartilhar copos, talheres ou outros objetos de uso pessoal com o doente ou manusear toalhas, roupas ou roupas de cama de pessoas com varíola dos macacos. Outra forma de prevenção é garantir sempre a limpeza das mãos e utilizar luvas e equipamentos de proteção individual ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos. No entanto, pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.