A talassemia, também conhecida como anemia do Mediterrâneo, é um tipo de anemia hereditária transmitida de pais para filhos. Está entre os distúrbios mais comuns do grupo das hemoglobinopatias (doença da hemoglobina). Nessa patologia, ocorre um defeito na produção de glóbulos vermelhos (hemácias), o que prejudica o transporte de oxigênio para o corpo inteiro.

Clinicamente, existem duas formas principais: a alfa-talassemia e a beta-talassemia. A beta-talassemia é o tipo mais frequente no Brasil e no mundo. Ela se divide em três grupos: a talassemia menor (paciente normalmente assintomático), a intermediária (quadro clínico variável entre a maior e menor) e a maior (paciente evolui com quadros graves da doença).

Os sinais e sintomas mais comuns são: cansaço, fraqueza, palidez, icterícia (pele amarelada), perda de peso, dor abdominal e nas articulações. Podem ocorrer, ainda, alterações orgânicas, como aumento do baço, atraso no crescimento e espessamento dos ossos cranianos.

O portador de talassemia necessita ter um diagnóstico preciso. Ele deve levar em conta a origem étnica e a história clínica do paciente; e sua confirmação é feita por meio de exames como hemograma, esfregaço periférico e eletroforese de hemoglobina. O teste de diagnóstico pré-natal deve ser indicado, principalmente, para famílias que possuam o histórico familiar da doença.

A cura para a talassemia ainda não é conhecida, mas existem opções de tratamento que possibilitam o controle da doença; daí a importância da realização de acompanhamento do paciente por hematologistas.

A talassemia menor não demanda tratamento específico. Em certas circunstâncias, como durante a gravidez, a suplementação com ácido fólico pode trazer benefícios. Já nas formas graves da doença são necessárias transfusões de sangue, utilização de medicamentos para retirar o excesso de ferro do organismo ou mesmo a esplenectomia (retirada do baço). A realização de um transplante de medula óssea também pode ser indicada pelo médico especialista.