Novembro Azul

Quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, o que dificulta a cura, por isso a importância da prevenção.

Novembro Azul é uma campanha que tem como objetivo conscientizar os homens sobre os cuidados com a saúde, principalmente, em relação ao câncer de próstata.

A próstata é uma glândula do aparelho reprodutor masculino que pesa cerca de 20 gramas e se assemelha a uma castanha. Localizada na frente do reto e abaixo da bexiga, tem como função a produção do fluido que protege e nutre os espermatozoides. O aumento da próstata acontece com a maioria dos homens à medida que envelhecem, mas esta condição não aumenta o risco de câncer.

O câncer de próstata, assim como qualquer outro tipo de câncer, desenvolve-se a partir da proliferação desordenada de suas células. É o segundo tipo de tumor mais comum entre os homens, atrás do câncer de pele não melanoma. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que 68.840 novos casos de câncer de próstata foram diagnosticados em 2020.

Os principais fatores de risco são idade superior a 50 anos, raça negra, histórico de pai ou irmão com câncer de próstata, obesidade e exposição a alguns produtos químicos, como as aminas aromáticas e o arsênio.

O câncer de próstata geralmente surge como uma doença silenciosa (não apresenta nenhum sintoma) e indolor. Quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, o que dificulta a cura, daí a importância da prevenção.

Com sua evolução, tende a causar dor ou ardor ao urinar, vontade de urinar com frequência, fluxo fraco ou interrompido de urina, sangue na urina ou no sêmen, dificuldade de ereção e, em fases avançadas, dor óssea e/ou insuficiência renal. Muitas vezes, os sintomas podem ser atribuídos a outras doenças. Se apresentar qualquer um desses sintomas, procure seu médico para diagnóstico e, se necessário, tratamento.

A doença pode ser identificada com a combinação de dois exames: a dosagem de PSA, exame de sangue que avalia a quantidade de antígeno prostático específico e o toque retal, que permite ao médico palpar a próstata e perceber a presença de nódulos ou tecidos endurecidos.

O PSA é produzido pela próstata em resposta a uma série de alterações que podem estar presentes, incluindo infecção ou inflamação (prostatite), aumento de seu tamanho (hiperplasia benigna da próstata) ou, possivelmente, o câncer. Vale lembrar que o exame de sangue não substitui o de toque, que é simples e rápido.

É indispensável que os dois sejam realizados todos os anos, principalmente em homens a partir dos 45 anos, com fatores de risco, ou 50 anos, sem esses fatores. A confirmação do diagnóstico é feita pela biópsia da glândula.

O melhor tratamento a ser estabelecido para o paciente vai depender do estágio em que a doença se encontra (estadiamento do tumor), da idade do paciente, dos sinais e sintomas apresentados e do seu estado geral de saúde. De maneira geral, cirurgia, radioterapia e terapia hormonal costumam ser as opções mais comuns.

No entanto, nem todos os tipos de câncer de próstata requerem tratamento imediato. Alguns necessitam de tratamento ativo, que pode incluir cirurgia ou radioterapia. Já nos casos de tumores com baixa agressividade, há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença, intervindo apenas se houver progressão.

A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce, daí a importância das visitas regulares ao urologista. Praticar atividade física regular, manter um peso saudável, diminuir ou evitar o álcool e não fumar são recomendações importantes para minimizar o risco da doença. Além disso, uma alimentação pobre em gorduras de origem animal e rica em frutas, verduras, grãos e cereais integrais pode contribuir não só para diminuição do risco de câncer, como de outras doenças crônicas.