14 de novembro – Dia Mundial do Diabetes

A data tem como objetivo conscientizar a população sobre a doença e a importância da prevenção do diabetes mellitus (DM). Trata-se de um distúrbio metabólico caracterizado por níveis elevados e persistentes de glicose na corrente sanguínea, a chamada hiperglicemia. Esse acúmulo de açúcar no sangue é decorrente da falta de insulina ou de um defeito na sua ação.

A insulina é um hormônio produzido pelas células Beta do pâncreas cuja função principal é promover a entrada de glicose para as células do organismo, de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares.

A glicemia é a quantidade de açúcar no sangue. Sua concentração varia durante o dia, por depender da alimentação, atividade física, tempo de jejum, medicamentos etc. O nível de glicose é considerado normal quando está inferior a 100 mg/dL.  O indivíduo é considerado diabético quando sua glicemia for maior ou igual a 126 mg/dL.

Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), em 2020, 463 milhões de pessoas em todo mundo (9,3% da população mundial) com idade entre 20 e 79 anos têm diabetes. Trata-se, portanto, de um importante problema de saúde, com índices de incidência crescentes em todos os países. O Brasil é o quinto país no mundo com maior número de casos nessa faixa etária (13 milhões de brasileiros – 6,2% da população).

Os fatores de risco para pré-diabetes e diabetes são idade igual ou superior a 45 anos, história familiar de DM (pais, tios e irmãos), sobrepeso ou obesidade (Índice de Massa Corpórea ≥ 25Kg/m²), sedentarismo, colesterol HDL (“colesterol bom”) abaixo de 35 mg/dL ou triglicérides acima de 250 mg/dL, hipertensão arterial, DM gestacional prévio, dar à luz crianças com 4 kg ou mais, história de abortos de repetição ou mortalidade perinatal, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteroides, tiazídicos, betabloqueadores), síndrome do ovário policístico, resultados de exame de glicemia de jejum ou de tolerância de glicose alterados e/ou histórico de doença cardiovascular.

O DM pode ser causado por dois mecanismos principais: deficiência na produção ou na ação da insulina, sendo classificado em dois grupos principais, de acordo com a causa, o tipo 1 e o tipo 2, respectivamente.

O diabetes tipo 1 deve-se principalmente a um processo autoimune que leva à destruição das células Beta do pâncreas (células produtoras de insulina). As infecções virais parecem ser as maiores responsáveis pelo desencadeamento do processo autoimune. A recorrência familiar é muito pouco frequente.

No diabetes tipo 2, forma mais prevalente (90% dos casos), o fator hereditário é determinante, ou seja, acomete vários membros de uma mesma família. Nessa condição, a insulina é produzida, mas sua ação está dificultada, caracterizando um quadro de resistência insulínica. Isso desencadeará um aumento da produção de insulina para tentar manter a glicose em níveis normais. Quando isso não é mais possível, surge o diabetes. Ele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias e sem hábitos saudáveis de alimentação, mas também pode ocorrer em jovens.

Os sintomas – sede, aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros – podem demorar vários anos até se apresentarem. Se não reconhecido e tratado a tempo, também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma.

Se o DM não for tratado de forma adequada, podem surgir complicações como retinopatia, insuficiência renal, neuropatia, pé diabético, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, entre outros. Se o paciente já estiver com diagnóstico de complicação crônica, há tratamentos específicos para ajudar a levar uma vida normal.

Ainda não há cura para o diabetes. Nesse contexto, a melhor forma de prevenção da doença é por meio da adoção de um estilo de vida saudável, com prática regular de atividade física e alimentação equilibrada. É igualmente importante controlar o peso e evitar o consumo de álcool e cigarros. A consulta médica é sempre importante e os exames de rotina também ajudam a identificar o surgimento da doença.