O mês de março marca um período de atenção especial à saúde da mulher. A campanha Março Lilás tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção e o combate ao câncer de colo uterino.
O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos). Esse vírus é sexualmente transmissível, muito frequente na população e não causa doença na maioria das vezes, mas, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir ao longo dos anos para o câncer.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a doença, como início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros, tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados) e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal.
É uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal, dor durante a relação sexual, dor abdominal e queixas urinárias ou intestinais.
O diagnóstico pode ser feito pelo médico através da história clínica, do exame pélvico, do toque vaginal e retal, do papanicolau e da colposcopia com biópsia.
O tratamento dependerá do estágio de evolução da doença e de fatores pessoais. Pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia. As lesões precursoras detectadas precocemente poderão ser tratadas em nível ambulatorial por meio de eletrocirurgia ou cauterização com laser ou ácido.
A importância da conscientização sobre o câncer de colo de útero consiste no fato de que, na grande maioria das vezes, ele pode ser evitado. O uso de preservativos durante a relação sexual é a principal forma de prevenir o contágio pelo vírus. Existe, ainda, a vacina tetravalente contra o HPV (disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais. Para mulheres com diminuição da resposta imunológica, a vacina é indicada até 45 anos de idade.
A vacinação e a realização do exame preventivo (conhecido como Papanicolau) se complementam como ações de prevenção. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois ele é capaz de detectar alterações precoces que, se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer.
Previna-se! A prevenção é um gesto de amor à vida.