A campanha Maio Roxo é voltada para a conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais (DIIs) e tem como objetivo, além de alertar a população para a importância da sua prevenção, informar sobre os cuidados a serem seguidos de modo a garantir aos portadores uma melhor qualidade de vida.
Estima-se que 0,5% a 1% da população do mundo convivam com o problema.
As DIIs são doenças inflamatórias crônicas que prejudicam a função de uma ou mais partes do intestino, podendo ou não, se estender para outras áreas do tubo digestório. Compreendem, principalmente, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa.
A doença de Crohn pode atingir da boca ao ânus e a maior parte do acometimento ocorre nos intestinos delgado e grosso. Além disso, se apresenta de forma espaçada e atinge camadas mais profundas.
Já a retocolite ulcerativa provoca úlceras (feridas) no intestino grosso e no reto, acometendo a camada mais superficial da parede do intestino. A lesão é contínua, não havendo áreas sem doença no meio de áreas inflamadas. Essas alterações são observadas, principalmente, por meio do exame de colonoscopia. Em, aproximadamente, 15% dos pacientes não é possível diferenciar as duas enfermidades na fase inicial.
As doenças são mais incidentes em adolescentes e adultos jovens (15 a 40 anos).
Suas causas são desconhecidas, mas já se sabe que são multifatoriais (fatores genéticos, imunológicos, ambientais, alimentares e a alteração da flora intestinal), sendo o tabagismo considerado um fator de risco para o desenvolvimento e agravamento da doença de Crohn.
Os principais sintomas apresentados pelos indivíduos acometidos são diarreia crônica, constipação (intestino preso), dor abdominal (cólica), sensação de estufamento, acúmulo de gases, perda de peso não intencional, cansaço (fadiga), às vezes febre, sangue nas fezes e apetite reduzido. É importante salientar que a gastroenterite viral ou bacteriana, uma patologia muito comum, pode apresentar sintomas similares, mas que são passageiros (autolimitados). Em caso de sintomas suspeitos, é importante procurar ajuda médica.
É comum que os sintomas fiquem concentrados no sistema digestivo. Quando a doença prejudica outros órgãos, podem surgir até dores nas articulações e lesões oftalmológicas.
O diagnóstico é feito a partir da história clínica, de exames laboratoriais, endoscópicos (endoscopia digestiva alta e colonoscopia), biópsias e radiológicos (tomografia ou ressonância magnética). Para que o diagnóstico ocorra de forma mais rápida, é importante que as pessoas se mantenham atentas aos hábitos intestinais.
As doenças não têm cura, daí a importância do diagnóstico e tratamento precoces.
Isto impacta positivamente o prognóstico da doença – evitando internações e cirurgias para remoção de partes do intestino – com melhoria na qualidade de vida dos pacientes.
Os medicamentos disponíveis, atualmente, reduzem a inflamação e habitualmente controlam os sintomas. Nos casos mais graves, faz-se uso de dietas que auxiliam na absorção em um intestino inflamado. Quando a doença está sob controle, segue-se uma dieta balanceada, sendo necessária, em alguns casos, a retirada de alimentos que causem alergia ou intolerância.
Para garantir sua saúde intestinal e evitar o desenvolvimento de doenças inflamatórias, é importante:
- ter uma alimentação saudável e equilibrada, consumindo alimentos ricos em vitaminas, proteínas e fibras (grãos, legumes e frutas);
- beber muita água de modo a evitar o ressecamento das fezes;
- mastigar bem durante as refeições para que o alimento seja digerido de forma correta;
- evitar o uso de laxantes. Seu uso em excesso e sem orientação médica pode causar prejuízos ao intestino;
- reduzir a ingestão de alimentos processados. Eles prejudicam não apenas o sistema intestinal, mas o organismo como um todo, já que são produtos ricos em carboidratos, conservantes e sódio, entre outros;
- Investir no uso de probióticos, encontrados em iogurtes e leites fermentados. Eles são benéficos para a flora intestinal;
- praticar atividade física. Qualquer forma de se evitar o sedentarismo (caminhada, natação, ioga ou mesmo ginástica) é bem-vinda e contribui para um melhor funcionamento intestinal;
- reduzir ou evitar o consumo de álcool e cigarro, já que essas substâncias podem causar irritação da flora intestinal;
- evitar o estresse, já que ele é responsável pelo desencadeamento de diversas doenças, entre elas, as inflamações intestinais. Para tal, é preciso respeitar os limites do corpo, manter boas noites de sono e realizar atividades de lazer;
- manter os exames preventivos e as consultas médicas em dia de modo a realizar diagnósticos precoces e evitar o agravamento de complicações.