O dia 7 de maio foi escolhido para celebrar o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose e tem como objetivo conscientizar as mulheres sobre a importância de se manter exames em dia.
Endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo, geralmente, na pélvis e cavidade abdominal. Isso acontece devido a uma modificação no funcionamento normal do organismo em que as células desse tecido, em vez de serem expulsas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, se multiplicam e sangram.
É uma doença inflamatória, crônica, benigna, silenciosa e dolorosa que pode causar sérias dificuldades na vida de uma mulher se não diagnosticada e tratada. A estimativa é de que uma a cada 10 mulheres sofra com os sintomas da doença e desconheça sua existência (Ministério da Saúde, 2022).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022), 180 milhões de mulheres enfrentam o problema no mundo, destas, sete milhões são brasileiras. Em 2021, somente na rede pública e Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 26,4 mil atendimentos foram feitos e oito mil internações registradas (Ministério da Saúde, 2022).
Os principais fatores de risco identificados para o seu desenvolvimento compreendem: histórico familiar (parentes de primeiro grau com a doença), ciclo menstrual curto (menos que 28 dias), fluxo menstrual longo (mais que 7 dias), baixa imunidade, dieta rica em gordura, primeira menstruação (menarca) precoce, nenhuma ou poucas gestações, ser de etnia branca e asiática e/ou apresentar baixo índice de massa corporal (IMC).
A patologia é diagnosticada, principalmente, em mulheres em idade fértil (da adolescência até a transição para a menopausa) e não apresenta uma etiologia definida. No entanto, sabe-se que a principal causa da endometriose é a menstruação. Quanto mais ciclos menstruais a mulher tiver, maior o risco de ter a doença.
Por ser uma doença de diagnóstico tardio, pode apresentar sintomas com diferentes intensidades, o que pode levar muitas mulheres a ‘banalizar’ a dor que sentem e, consequentemente, aprender a conviver com os sintomas. Elas costumam apresentar cólica intensa durante a menstruação, constante e progressiva e que vai aumentando de intensidade. Outros sintomas incluem: dor durante as relações sexuais, dor e sangramento intestinal e urinário durante a menstruação, além de dificuldade para engravidar. A infertilidade está presente em mais de 30% das mulheres com endometriose (Sociedade Brasileira de Endometriose – SBE, 2023).
O diagnóstico pode ser dificultado por se tratar de uma doença, muitas vezes, silenciosa ou ter seus sinais e sintomas semelhantes a outras patologias ginecológicas. Ele é feito por meio de exame clínico, em especial, o exame de toque, além de exames laboratoriais e de imagem, como a ultrassonografia de mapeamento.
O tratamento é individualizado e depende da idade da mulher, dos sintomas apresentados e do seu desejo ou não de engravidar. Ele pode ser medicamentoso, cirúrgico e, até mesmo, incluir procedimentos de reprodução assistida.
Não há prevenção para a endometriose, mas, sim, para a progressão da doença. Daí a importância do diagnóstico e tratamento precoces. A mulher deve fazer acompanhamento ginecológico regular e, sobretudo, não banalizar suas dores. Fique atenta! Não é frescura, é endometriose!!