Celebrado em 27 de setembro, o Dia Nacional de Doação de Órgãos foi instituído pela Lei nº 11.584/2.007 e visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos expressando o seu desejo de ser doador. O intuito não é apenas doar órgãos, mas, sim, ‘doar vidas’.
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas, válvulas, músculos, tendões, pele, veias e artérias) de uma pessoa doente (receptor), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou com morte encefálica, ou seja, com dano cerebral irreversível, geralmente vítima de traumatismo craniano ou derrame cerebral (AVC).
O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico. Nessa situação, os principais órgãos vitais permanecem aptos para serem transplantados para outra pessoa.
Qualquer pessoa pode ser doadora, mas, de acordo com a legislação em vigor, a retirada de órgãos ou tecidos só pode ser realizada depois de a família do doador autorizar o procedimento, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos registrada no documento de identidade. Por isso, se você quer ser doador de órgãos, avise a sua família!
Cerca de metade das famílias recusa a doação seja por motivo de incompreensão da morte encefálica, seja falta de preparo da equipe de saúde para fazer a comunicação sobre a morte e crença religiosa, atitude que aumenta ainda mais o tempo de espera por um transplante. Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que, entre janeiro e março de 2020, o Estado de São Paulo teve 735 potenciais doadores, mas apenas 283 indivíduos efetivaram a contribuição.
A doação fica impossibilitada a pessoas que não possuem documentação, menores de 18 anos e as que tenham restrições clínicas, como conhecimento da causa da morte e doenças infecciosas ativas, dentre outros.
Após efetivação da doação, os órgãos vão para os pacientes mais compatíveis, selecionados por meio de testes especiais, que aguardam em uma lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
O Brasil é referência quando o assunto é doação de órgãos. O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza a maior quantidade de transplantes, no mundo, e ajuda cada vez mais pessoas a terem uma vida melhor (87% dos transplantes de órgãos são feitos com recursos públicos), conseguindo até mesmo zerar algumas listas de espera para vários procedimentos, em diversos estados.
No caso de doador vivo, qualquer pessoa maior de idade e capaz, juridicamente, pode doar órgãos a seus familiares (parentes até quarto grau e cônjuges), desde que o ato não prejudique sua própria saúde. Não parentes só com autorização judicial.
Mais do que uma demonstração de empatia e generosidade, a doação de órgãos pode ser a única esperança de vida ou oportunidade de recomeço para milhares de pessoas. Você pode saber mais sobre o assunto acessando o site da Associação Brasileira de Transplantados, clicando https://www.soudoador.org/