Semana Nacional De Controle E Combate À Leishmaniose

A Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose é celebrada anualmente na semana que inclui o dia 10 de agosto, conforme instituído pela Lei nº 12.604/2012. Em 2025, essa semana ocorrerá de 10 a 16 de agosto (domingo a sábado). A Semana tem como objetivos: estimular ações educativas e preventivas sobre a leishmaniose; promover debates e eventos sobre políticas públicas de vigilância e controle; apoiar atividades da sociedade civil voltadas à prevenção e combate da doença; difundir avanços técnico-científicos relacionados à leishmaniose.

O que é leishmaniose?

A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida por flebotomíneos (mosquitos-palha). Ela se apresenta principalmente em duas formas: visceral (LV), que pode ser fatal se não tratada, e tegumentar (LTA), que afeta pele e mucosas.

1) Leishmaniose Visceral (Calazar): é a forma mais grave da doença, afetando  órgãos internos como fígado, baço e medula óssea. Os sintomas incluem febre persistente (geralmente alta e prolongada), aumento do fígado e do baço (hepatosplenomegalia), perda de peso significativa, fraqueza e cansaço extremo, anemia, diarreia, tosse e dor abdominal e inchaço dos linfonodos (ínguas). Se não tratada, pode evoluir para complicações graves e levar ao óbito. 

2) Leishmaniose Tegumentar (Cutânea/Mucocutânea): afeta a pele e, em alguns casos, as mucosas (boca, nariz). Os sintomas mais comuns são feridas na pele (geralmente avermelhadas, ovaladas, com bordas bem definidas e que não cicatrizam espontaneamente), dor local e inchaço ao redor da lesão, comprometimento das mucosas (em casos mais graves), com lesões no nariz, boca e garganta e pode haver infecção secundária nas feridas. Essa forma é mais comum e, em alguns casos, pode se curar espontaneamente, mas o tratamento é essencial para evitar complicações.

O controle da doença exige ações integradas de saúde pública, vigilância epidemiológica, educação e manejo ambiental.

Panorama atual da leishmaniose nas américas

Segundo o Plano de Ação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para 2023-2030, a leishmaniose continua sendo um grave problema de saúde pública em diversos países das Américas, com destaque para o Brasil, que concentra 97% dos casos de LV na região.

O plano propõe metas ambiciosas para reduzir a incidência e a mortalidade, com foco em diagnóstico precoce, tratamento adequado, controle vetorial e educação em saúde.

Estratégias de vigilância e controle

O Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral (PVCLV), do Ministério da Saúde do Brasil, baseia-se em três pilares principais:

  • Diagnóstico e tratamento precoce de casos humanos;
  • Redução da população de vetores (flebotomíneos) por meio de inseticidas e manejo ambiental;
  • Controle de reservatórios, especialmente cães infectados.

Além disso, o programa passou a incluir municípios “silenciosos” (sem casos recentes) na vigilância ativa, visando prevenir surtos.

Desafios na implementação das ações

Apesar dos avanços, o controle da leishmaniose enfrenta desafios significativos como:

  • Urbanização da doença: antes restrita a áreas rurais, a leishmaniose agora afeta grandes centros urbanos, dificultando o controle vetorial;
  • Alta complexidade operacional: ações como borrifação de inseticidas e testagem de cães exigem logística e recursos humanos especializados;
  • Baixa adesão comunitária: a falta de conhecimento da população sobre a doença compromete a eficácia das ações de prevenção.

Experiência local: projeto de intervenção em Barras (PI)

Um exemplo prático de enfrentamento da leishmaniose foi desenvolvido no município de Barras, no Piauí. O projeto incluiu campanhas educativas com uso de rádio, carro de som e visitas domiciliares, limpeza urbana e controle ambiental, capacitação de profissionais de saúde e integração com a Estratégia Saúde da Família.

Essa abordagem integrada mostrou-se eficaz na redução de casos e na mobilização da comunidade.

O controle da leishmaniose exige uma abordagem intersetorial, com envolvimento de gestores, profissionais de saúde e da população. A vigilância ativa, o diagnóstico precoce e o controle vetorial são fundamentais, mas devem ser acompanhados de ações educativas e políticas públicas sustentáveis.


Sobre a Metainfo

Na Metainfo, somos especialistas em soluções para gestão do plano de saúde empresarial, combinando dados clínicos e financeiros para entregar insights que ajudam empresas a economizar e melhorar a saúde de seus colaboradores. Para as corretoras, nosso sistema é um aliado poderoso, proporcionando ganhos expressivos na gestão de carteiras e na prospecção de novos clientes, elevando a qualidade do serviço prestado.

Quer saber como? Fale conosco pelo WhatsApp e descubra como podemos impulsionar seus resultados.