Outubro Verde: Combate à sífilis e sífilis congênita

O mês de outubro foi instituído pelo Ministério da Saúde para chamar a atenção da população para a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis, uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode trazer sérias consequências para a saúde, especialmente quando transmitida de mãe para filho durante a gestação (sífilis congênita).

O objetivo da campanha é reduzir o número de casos de sífilis no Brasil e garantir o tratamento adequado, além de estimular a prevenção da transmissão da doença, seja adquirida ou congênita, promovendo uma maior atenção à saúde pública.

Nas últimas décadas, houve um aumento no número de casos de sífilis em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil, devido a uma combinação de fatores como mudanças no comportamento sexual, falta de uso de preservativos e falhas em programas de prevenção. Em 2020, no Brasil, foram notificados cerca de 115.371 casos de sífilis adquirida, 61.441 casos de sífilis em gestantes e 22.065 casos de sífilis congênita, segundo dados do Ministério da Saúde (2023).

A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. É uma doença sistêmica, ou seja, pode afetar diferentes partes do corpo e, se não for tratada, pode evoluir por várias fases, cada uma com sintomas e complicações diferentes.

A primeira manifestação da doença, conhecida como fase primária, geralmente aparece entre 10 e 90 dias após a infecção. O sintoma principal é uma lesão indolor, chamada de cancro duro, que surge no local de entrada da bactéria, como os órgãos genitais, ânus ou boca. Essa lesão desaparece sozinha em algumas semanas, mas isso não significa que a infecção foi curada.

Se a doença não for tratada, a sífilis entra na fase secundária, que pode começar semanas ou meses após a fase primária. Os sintomas incluem manchas na pele (especialmente nas palmas das mãos e plantas dos pés), febre, dor de cabeça, mal-estar, queda de cabelo e ínguas. Assim como na fase primária, os sintomas podem desaparecer sem tratamento, mas a doença permanece ativa.

Entre as fases secundária e terciária existe a fase latente, onde a pessoa não apresenta sintomas, mas a bactéria permanece no corpo. Essa fase pode durar anos, e a sífilis só pode ser detectada através de exames de sangue.

Se não tratada, a sífilis pode evoluir para uma fase mais grave, a terciária, que pode ocorrer anos ou décadas após a infecção inicial. A doença pode afetar gravemente órgãos como o coração, cérebro, ossos e sistema nervoso, causando paralisia, cegueira, problemas cardíacos graves e até a morte.

Já a sífilis congênita ocorre quando a mulher grávida tem sífilis e não recebe tratamento adequado, podendo transmitir a infecção ao bebê durante a gestação ou no momento do parto. É uma condição grave que pode resultar em abortos, partos prematuros, malformações congênitas e até a morte do feto ou recém-nascido.

A transmissão ocorre através de contato sexual desprotegido (oral, vaginal ou anal) com uma pessoa infectada; de forma vertical, de mãe para filho durante a gravidez ou parto; e, raramente, pode ser transmitida por contato direto com sangue contaminado.

Apesar de grave, é uma doença curável quando diagnosticada e tratada precocemente, o que torna a conscientização essencial. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue específicos, além do teste rápido, disponível no SUS. O tratamento é relativamente simples e eficaz, sendo realizado com penicilina (antibiótico). No entanto, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes para evitar complicações e a transmissão da doença para outras pessoas.

A prevenção da sífilis inclui o uso de preservativos em todas as relações sexuais e o acompanhamento médico regular, especialmente durante o pré-natal no caso de gestantes.

Informação, prevenção e tratamento salvam vidas! Teste, trate, cure!