O Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina é celebrado, anualmente, em 24 de junho, pois remete à fundação do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo nesse mesmo dia em 1967.

Ele tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre o problema, a importância do diagnóstico precoce e os tratamentos disponíveis, além de combater o estigma e a discriminação enfrentados pelas pessoas que vivem com essa condição.

A fissura labiopalatina, conhecida popularmente como lábio leporino, é uma condição congênita que afeta a formação do lábio e/ou palato (céu da boca) durante o desenvolvimento do feto. Trata-se de uma abertura no lábio ou no palato, nariz, musculatura, mucosa e muitas vezes, no osso. Essas aberturas resultam do desenvolvimento incompleto do lábio e/ou do palato, enquanto o bebê está se formando.

O lábio desenvolve-se separadamente durante os três primeiros meses de gestação. Nas fissuras mais comuns, os lados esquerdo e direito do lábio não se juntam, ficando uma linha vertical aberta. A mesma situação pode acontecer com o céu da boca. Em casos mais raros, podem haver duas fissuras no palato, uma do lado direito e outra do lado esquerdo.

É uma malformação que pode ocorrer de forma isolada ou associada a outras anomalias congênitas e está relacionada a fatores genéticos e ambientais. As causas ainda são desconhecidas.

Afeta, aproximadamente, uma criança a cada 650 nascimentos, sendo a deformidade congênita facial mais comum e a segunda que mais acomete o ser humano no mundo. Somente no Brasil, em torno de cinco mil crianças nascem, anualmente, com ela. (Ministério da Saúde, 2023).

Essa condição tem como principais complicações a dificuldade na alimentação e na respiração, alterações na arcada dentária, comprometimento do crescimento facial e prejuízo no desenvolvimento da fala e da audição. Vale mencionar as questões psicológicas decorrentes de bullying.

O tratamento da fissura deve começar o quanto antes e envolve uma abordagem multidisciplinar. A partir do 1º mês de vida já tem início o processo de avaliação e preparação do recém-nascido para a cirurgia que, geralmente, ocorre aos 6 meses de vida. Os pacientes adultos também passam pelo mesmo processo clínico, porém, há uma preocupação maior com a readaptação do indivíduo à sociedade.

Reconhecer e apoiar o Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina é uma forma de promover a inclusão e o respeito às pessoas com essa condição, visando melhorar sua qualidade de vida e garantir sua plena participação na sociedade.