O Dia Nacional de Atenção à Dislexia, comemorado em 16 de novembro, é uma data criada com o objetivo de conscientizar a população sobre esse transtorno de aprendizagem, promovendo a inclusão, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. A dislexia ainda é cercada de desinformação, o que pode levar ao preconceito e ao atraso no desenvolvimento educacional de crianças, adolescentes e até adultos.

Origem da Data

A criação do Dia Nacional de Atenção à Dislexia no Brasil tem como base a crescente demanda por políticas públicas que garantam direitos educacionais às pessoas com dislexia. A data foi oficialmente instituída pela Lei nº 13.085, de 8 de janeiro de 2015, com o intuito de fomentar debates, ações educativas, diagnósticos precoces e a capacitação de educadores e profissionais de saúde.

O que é Dislexia?

A dislexia é um transtorno específico da aprendizagem, de origem neurobiológica, caracterizado por dificuldades no reconhecimento preciso e/ou fluente de palavras, na habilidade de decodificação e na ortografia. Essas dificuldades não são resultado de deficiência intelectual, falta de motivação ou problemas sensoriais, mas sim de uma diferença na forma como o cérebro processa a linguagem escrita.

Sinais e Sintomas

Os sintomas variam de acordo com a idade, mas alguns sinais comuns incluem:

• Em crianças: Dificuldade em aprender o alfabeto e reconhecer letras; troca de letras ou sílabas ao ler e escrever; atraso na fala; dificuldade para rimar ou identificar sons das palavras; desatenção em atividades que envolvem leitura e escrita.
• Em adolescentes e adultos: leitura lenta e com erros; dificuldade de compreender textos; problemas com ortografia persistentes; escrita desorganizada; dificuldade com organização e memorização.

Diagnóstico da Dislexia

O diagnóstico é clínico e multidisciplinar, feito por uma equipe composta geralmente por psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista e psicopedagogo. Ele não depende de um exame laboratorial, mas sim da avaliação de comportamentos, desempenho escolar e testes específicos de leitura, escrita e cognição. Diagnosticar precocemente é essencial para garantir estratégias eficazes de aprendizagem e evitar impactos emocionais e acadêmicos mais graves.

Tratamento da Dislexia

A dislexia não tem cura, mas pode ser tratada com abordagens específicas, que ajudam a pessoa a desenvolver habilidades compensatórias. O tratamento inclui:

• Terapia fonoaudiológica (foco na linguagem oral e escrita).
• Acompanhamento psicopedagógico.
• Psicoterapia (em casos de baixa autoestima ou ansiedade).
• Apoio escolar com adaptações curriculares.

É fundamental o envolvimento da família, da escola e dos profissionais para que o tratamento seja eficaz.

Existe Prevenção?

Não há como prevenir a dislexia, pois ela está ligada a fatores genéticos e neurobiológicos. No entanto, intervenções precoces na educação infantil, com estímulo à consciência fonológica, vocabulário e leitura, podem minimizar os impactos do transtorno.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco incluem histórico familiar de dislexia ou outros transtornos de aprendizagem, nascimento prematuro ou com baixo peso, exposição a álcool, drogas ou tabaco durante a gestação, problemas no desenvolvimento da linguagem nos primeiros anos de vida.

Curiosidades sobre a Dislexia

• A dislexia não tem relação com a inteligência. Muitas pessoas disléxicas são altamente criativas e inteligentes.
• Grandes personalidades como Albert Einstein, Leonardo da Vinci, Tom Cruise e Agatha Christie foram consideradas disléxicas.
• Estima-se que cerca de 5% a 17% da população mundial tenha dislexia, variando de acordo com o critério diagnóstico.
• A dislexia é mais comum em meninos, mas também afeta meninas, que podem ser subdiagnosticadas.

Quem aprende diferente também pode ensinar o mundo a pensar diferente.