Desde 2014, o mês de agosto ganhou cor em prol da conscientização da doença autoimune que mais acomete jovens adultos em todo o mundo: a Esclerose Múltipla (EM). O Agosto Laranja foi criado pelos Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME) com o objetivo de ser um movimento coletivo para tornar a doença conhecida, fomentar o seu diagnóstico precoce e proporcionar mais qualidade de vida, acolhimento, respeito e dignidade para quem convive com ela, seus amigos e familiares.
A condição atinge, geralmente, pessoas jovens entre 20 e 40 anos de idade, sendo mais predominante em mulheres. Hoje, 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. Estima-se que, no Brasil, cerca de 40 mil pessoas vivem com a doença.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica, autoimune, desmielinizante e inflamatória que afeta o sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal). Em outras palavras, o nosso sistema imunológico, responsável por combater agentes externos como vírus e bactérias, ataca a bainha de mielina – capa de gordura – dos neurônios (por isso desmielinizante), impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo. A partir daí, surgem os sintomas.
Além de autoimune, a esclerose múltipla é caracterizada como herança complexa multifatorial e genética, ou seja, as causas que implicam o desenvolvimento da doença variam desde herança genética até fatores ambientais, como infecções virais, carência de vitamina D, tabagismo e obesidade. Desse modo, ela se manifesta de forma variada e com prevalência diferente ao redor do mundo.
Os sintomas variam de acordo com o local afetado pela doença. Entre os mais comuns estão fraqueza, distúrbios de equilíbrio, entorpecimento, transtornos visuais (perda de visão e visão duplicada, geralmente, em apenas um olho), tremores, vertigens, sensação de rigidez dos membros, fadiga, problemas na fala, no intestino e alterações na bexiga.
Em função da diversidade dos sintomas, o diagnóstico pode ser difícil e inclui: exames de sangue, punção lombar, ressonância magnética e/ou exame de potencial evocado (que mede os sinais enviados pelo cérebro em resposta a estímulos). Diagnosticar a EM precocemente faz toda a diferença!
Ainda não há cura para quem é diagnosticado com esclerose múltipla, porém, quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de modificar o curso natural da doença a longo prazo, reduzindo o número de surtos clínicos, de lesões e de sequelas neurológicas. Ele é divido em três etapas, de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra:
• Fase Aguda: para as crises, existem medicamentos a base de cortisona, que podem bloquear a progressão da crise e estimular a recuperação, amenizando sintomas como perda de visão, força e coordenação;
• Fase de Prevenção de Crise: para redução da inflamação e prevenção de crises, a manutenção da autonomia e da qualidade de vida do paciente dá-se por meio de exercícios físicos;
• Fase de Restauração ou Reabilitação: para quem tem resposta parcial ao tratamento, existem medidas de restauração ou de manutenção de qualidade de vida, como fisioterapia, boa alimentação e medicamentos para fadiga ou dor.
Para as pessoas que são diagnosticadas com EM e para quem convive com o paciente, receber e aceitar o diagnóstico é um passo importante. A recomendação é buscar informações para ter uma vida com a maior qualidade possível.